3º Dia A Gosto_ a Onda

 


Olha a Onda... e ela nem sequer tinha ido a Mar. E tantas Ondas lhe atravessavam. Era dia de contactos e chamadas que se fazem, outras que se recebem.

E entre chamadas as ondas sempre se manifestam. Os ruídos, os silêncios. As expetativas defraudadas. E o que se faz quando a onda passa? Por vezes mergulha-se e sustém-se a respiração, outras acompanhamo-la, damos um saltinho e ela passa, outras aproveitamos o embalo para nos empurrar para a frente.

E no mar como eu gosto de ondas. Torna-se mais animado o tempo dentro de água e o corpo gosta da dança. Apetece-lhe ficar mais tempo na brincadeira com as ondas. Gosta do movimento e a sua criança regozija-se.

E na vida real apercebia-se que a sua estrutura era muito recta, enérgica e já. Era um ritmo próprio de prontidão. É para resolver, para fazer, aqui, agora, já. Protelar, adiar, arrastar eram forças que lhe drenavam. A paciência era algo que não abundava no seu sistema. E no playground as forças sempre brincam, as ondas sempre gostam de marcar o ritmo para uma nova dança. A que se quer aprendida.

E se tens de aprender a esperar e a ser contrariedade, pois bem que terás tudo o que precisas para desenvolver esse calo. Não é para desesperar, é para esperar. E aprender a responder melhor. 

Essencialmente a respirar.

E respirar com compasso, com consciência, seguir a onda. E quando segues rendes-te ao movimento.

E percebes que tudo tem o lugar certo. Não o teu, o da tua expetativa, mas o necessário para a aprendizagem.  É preciso abrir espaço para receber o outro, a diferença de ritmos, de tempos. E perceber que na dança, na coreografia a diversidade pode e deve coexistir.

A minha fórmula não é a correta, não é a verdade. E para recordar dessa volatilidade, vem a vida mostrar através da sequência de sucessos e acontecimentos que tudo muda, e a transformação é a permanência que se atualiza em cada instante.

E  a firmeza é nos valores, na ética e flexibilidade na estratégia, no caminho, para que os passos possam ser leves e consistentes.

E tudo... porque uma onda passou por mim e reconhecia-a no momento.

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