31º Dia A Gosto_ servindo-me

 


31 dias A gosto, pondo atenção. Observando. Criando momentos e espaço de reflexão. De me sentir mais a gosto nas várias ondas que atravessam. Permitindo que a vulnerabilidade venha, que as diferentes sensações ocorram sem as afastar, sem fazer de conta. E mesmo observando a sujeita que foge, que escapa e estar aí a observá-la nos variados movimentos. E observando-me a escapar é permitir que não me escape de todo. Que questione, que acolha e vá largando identificações.

Não queiras ser nada para permitir ser tudo, sem que nada diminua ou enalteça. Não é bom, nem é mau.

E o calor abrasador pode ser processo se o acolhes e em ti estás focada na leve brisa que vem. E ir para dentro do corpo, tornando corpo, até que ele desapareça.

E estar A Gosto é permitir cada vez mais ser guiada pelas ondas. Recebê-las nos diferentes movimentos, temperatura, velocidade, altitude.

Observar o quanto me levo demasiado a sério, quanto me distraio e me perco nas ondas. Como retomo a mim e como estou em mim. E no baile como danço, como é a minha música. Como é a vibração. Onde estou, como estou?

E na presença, encontro sempre. E estar é dar-se conta, da inteireza, integridade. Estar ao pé de mim, ainda que falte o chão. E se não há terra, nadas ou voas.

E suportando-te de ti tens tudo o que importa. És. E se és fazes.

Essa é a impecabilidade do Ser que está em si. É coerente na sua incoerência, porque segue a linha do Amor, do respeito de se ir acolhendo melhor.

E se lá fora se levanta o Caos... esse é o convite que recebe dentro para estabelecer uma nova Ordem. Tomar-se cada vez melhor. É tempo de firmar-se, de sustentar-se no Centro. E aí Criar o Novo.

E ainda que perceba que as Formas se vão mostrando e criando à medida que caminha. A revelação do caminho do meio diz-lhe, não todos partidos. És inteira. Junta, acolhe e ama todas as partes.

O medo é a sombra do Amor. E é preciso abraçar a sombra para fazer mais Amor. E a unidade faz-se da união. Incluo todas as visões e sigo o meu trilho, construindo o que faz sentido. 

E se pode parecer que me excluo do sistema por não colaborar com ele. Eu incluo e incluo-me, faço parte, tenho vínculo social e amoroso com a humanidade e a partir daí estabeleço a melhor relação que sei e consigo. Amar o meu irmão, mesmo que não colabore com as suas visões. Trago o útil e construo o que me faz sentido. Não tenho pretensão de impor qualquer verdade ou opinião. Apenas ir conquistando a minha liberdade e amor por mim. E ofereço o que vou conquistando gratuitamente... e não o faço intencionalmente, apenas não há de outra.

Se És Dás e Recebes e partilhas.

E o AgradeSer cresce, a gratidão e a magia por este milagre que é viver. Os encontros sempre se dão, mesmo quando aparência parece mostrar o contrário. E o que se separa vem dar perspetiva o que há para reunir. 

Todas as partes servem. Eu sirvo, tu serves, servimo-nos, sempre.

E assim agradeço a A gosto que me pôs a gosto. Com tanta variedade, saberes, experiências, encontros, dissonâncias, ressonâncias. Reforçando o gosto de cá estar com tanto por aprender e ensinar.

E cada vez mais a gosto.

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