4º Dia A Gosto_ conexão


A conexão é o plug in que te mantém vivo, ligado a esta terra. A ligação da alma ao corpo, à fonte, à humanidade, à existência. 

E tantas vezes nos dissociamos, nos perdemos, nos desligamos para não sentir. E de tal forma que depois buscamos a aventura do extremo para que a adrenalina regresse e possas sentir-te viv@ na pele que vestes. Nas experiências limite, nos desportos radicais, na dança que te leva à catárse, no sexo, nas drogas.... tudo por um instante de vida, de intensidade.

Onde andas tu, que buscas, o que é e está. Encontra-te no simples. Como é percorrer os traços do teu rosto, o beijo na tua pele. Como saboreias cada garfada de comida? Como se envolve a tua língua em cada pedaço de alimento, como mastigas e permites que o suco formado pelas papilas gustativas te delicie de prazer?

Como te delicias com o ritmo e movimento sensual do teu pé que se levanta para caminhar. Permites-te ser seduzid@ por ti? Como permites que o chão que pisas te envolva com a sua temperatura e textura e sentires na tua pele, essa relação, esse contacto, essa conexão?

Envolves-te?

Estás presente?

Experimenta-te sentir-te totalmente em cada movimento. Em que a tua pele roça na tua pele. Em que a tua pele te foge e procura o contacto com a natureza que encontra fora. Como é sentires-te na tua sensação?

Sem procurares definir, justificar ou entender. Fica-te no sentir. No calor que te percorre de cima abaixo, no arrepio que te deixa em pele de galinha, no fio de suor que te escorre pelo corpo, no cheiro que se abre na brisa. No sabor que te percorre os lábios. Na água e no sangue que circula dentro, nos barulhos que o dentro o teu corpo te vai presenteando. Abre-te para os receber, para os sentir.

Sente o ar que se prende e se expande. O que contrai, o que abre? 

A exploração dentro leva-te a uma viagem que te pede inteir@, disponível... é encontrares a liberdade dentro e conquistares mais um pouco.

Toca-te.

Para que serve encontrares a conexão fora se dentro continuas a anestesiar-te e a fugir de ti a sete pés? E depois procuras drogas e cenas para te abrir, ampliar e aceder a novos estados de percepção. TU és o Mapa, o Território... e a decisão de explorar esse mundo é tua... e ainda que pareça teres o limite do corpo, ele não te define.... é apenas uma delimitação, uma referência, já que à medida que começas a olhar para dentro... percebes que tudo são capas e véus a serem trespassados.

Não há chegada, há partida.

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