A chave da cabana mágica

Podia ser uma história. E era. Ela tinha criado a história da cabana mágica. A Terra de Cristal. Para lá entrar era necessário uma chave. Assim começava a história.

Poderia ser uma simples história para crianças... sim podia. Servia-lhe. E servia muito mais do que a sua imaginação podia criar. Afinal o que era o sonho e o estar acordada?

E ela que sempre tinha sonhos acordada e os ia assistindo em tempo real e nos tempos vários. E as fichas sempre caem, como um puzzle que sempre junta peças. Sempre há para incluir. E o WI-FI está sempre ligado, já que tudo está sempre ligado. E parecia que precisava de confirmação ou não lhe teria saído a mensagem da Marta Sofia "Everything is connected". E também ela levava Sofia no nome. E nesse dia ela recordava-se e acolhia mais um pouco o nome Sofia em si. Afinal os nomes eram um pouco da sua casa também. Transportavam memórias, energia, impressões. E tinha de as honrar e incluir.

E falava-lhe de chaves perdidas, chaves encontradas. O simbolismo dos símbolos. E hoje a amiga do peito dizia-lhe... "há pessoas que têm e são chaves que abrem cofres dentro de nós e nos permitem aceder e conhecer partes novas dentro". E sorri-lhe. A cumplicidade, a sabedoria sempre está presente na vibração do amor e de corações cúmplices. E ela tinha levado a semana a ser chave e entregar chaves a crianças dos 2 aos 10 anos. Uma a uma ia-lhes chamando pelo nome e recebendo-as na cabana mágica. "Eu vejo-te, bem-vinda! "

E tantas crianças fui recebendo em mim, reavivando a Criança Maravilhosa e Viva que levo dentro. E a cabana mágica que leva para a "Terra de Cristal" vai aparecendo em tantos encontros, em tantos cenários, em tantos rostos e grupos. E é uma terra vermelha, sangue, viva, de cor, de dança, ritmo e música.

E tantas chaves tenho encontrado de tantas cores e tamanhos. Em forma de penas que me cruzam o caminho em diferentes terras. Que ocupam diferentes altares e as vou deixando aí, entregues aos seus lugares. Trazendo apenas as que me chamam.

E tantas chaves têm rostos humanos, mãos, toques, olhares, abraços que abrem partes novas em mim.

E a cabana mágica expande-se e contrai-se para se ajustar ao tamanho da tribo que se junta em cada momento. 

Ela sabe-se no caminho. Navega na profundidade dos mares obscuros, sendo farol e chave cristal para seguir abrindo e expandido amor dentro de si, com a colaboração dos mestres que vai encontrando e reunindo.

E a chave?! Habitar-se cada vez melhor para escutar o Universo dentro e fora.

E as penas são sempre de pássaros... que lhe dizem, olha para os céus. Escuta.

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