Abre os abraços


 Abrir aos abraços pode parecer simples... mas quem fala é o corpo. E do que serve enviá-lo, se ele ainda não quer, não está disponível. Outras o corpo está disponível, mas a mente inventa narrativas para impedir o curso natural.

Do que fala o teu corpo, que histórias tem impressas na sua pele?

Tantas são as feridas e cicatrizes que o impedem, bloqueiam e o fazem defender o afecto mais puro, mais próximo e íntimo, o abraço.

Corações abertos tocam-se, comungam. Entram no entendimento da alma, que não se explica por palavras, mas na presença.

Um coração cura outro coração. A melodia do Amor apazigua a Dor de outro coração, porque recebe e acolhe na presença o que é. Nada quer mudar, nada exige, nada reclama. E permite que todas as sensações ocorram. Um coração aberto sempre é atravessado, pelos espinhos, pela dor, pelas lágrimas, pelo riso, pelo corte, pelo abandono, pela rejeição. Mas coração aberto sabe o que é. É vida pura e Alegria. E tudo pode passar, e tudo passa. Mas leva dentro o recuerdo. A recordação da origem, do pulsar.

E ainda que os braços possam abrir e não conseguir abraçar sabe que dentro leva o melhor abraço que se consegue dar. E na consciência e na presença dar-se mais e melhor permissão.

É que a história contada é de ser DaDOr, e estar na dor como a porta de entrada e de estadia permanente. E a porta de entrada é para ser atravessada, não para ser revivida vezes sem conta. E na completude que é o Amor, o todo, o tudo, a Existência, desfrutar do prazer e da Alegria.

Pode-se esta aí. És merecedor@. Complet@. A terra mãe, a fonte e o pai céu, o divino estelar estão à disposição da Existência, com o fluxo do movimento, da abundância, do suporte. A vida é sustentada pelos ciclos, ritmos, movimentos, tempos, temperatura e e pela criação que sempre está a ser criada e sustentada. E se tu és  Natureza viva tudo está disponível para te acolher e receber.

E à medida que te dás conta floresces. No sorriso, nos abraços, pois vais fazendo-te presente, numa presença cada vez mais compacta. Porque te realizas como tudo. E deixa de haver separação.

E cada vez que abres os abres os braços, são abraços. E abres laços, pontes, passos, e caminhos para caminhar. E são braços de gigantes que chegam ao perto e ao longe na medida certa a cada alma.


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