A GARRA TE

 


A garra que te suporta, que te alinha e te faz avançar. É a linha que te verticaliza, que te agarra ao chão para poderes voar.

E para poderes voar tens de te agarrar. Manter-te dentro, no centro, sentindo a respiração, o corpo e a sensação.

A fisicalidade sempre te recorda que és corpo, que tens de te incluir.

É que são tantas as distrações que se olhas para baixo ou para cima, podes correr o risco de te perder. E se te agarras levas-te e elevas.

E depois da viagem ao submundo é tempo de subir. De olhar para cima. De regressar ao fogo. À verdade, à Fé, à Expansão da Tesão que se leva dentro.

Qual é a tua cor? O movimento? A dança? 

Qual o tom e a textura da tua voz? O que ecoa ela?

É que as palavras são criação. Que ditam elas? Que mundos e realidades criam?

Agarras e dás-lhe com a tua garra?

Eu levo a cor e de cor pinto as palavras de dança, alegria, leveza e imaginação. Creio e crio em mundos de esperança, amor e colaboração. Onde os abraços são o contágio do amor que se leva dentro, a partilha a expressão que inspira a continuar arte e poesia. Em ti coração vejo poesia e inspiração para continuar a criar novas formas.

E toda a imaginação recolho das realidades, movimentos, gestos e cores que encontro em cada detalhe de ti e ti.... somos luz de tantas cores. E nos caleidoscópios andantes com que me cruzo vou compondo arco iris, desmontando outros, neste grande círculo sem princípio nem fim.

E a verdade é APRENDER, sem prender, já que tudo é tranformação e metamorfose contínua.

Já te disse AMor que gosto do Improviso?

E que sem aviso, possa a porta estar aberta para a improbabilidade. Possas me encontrar sentada, apreciando a tela que se mostra. Esperar sem nada esperar e no espontâneo fluir com cada sentir e palavra que quiser expressar-se no ecrã... e escutando-me ser partilha e aprender da música que sai... sem que tenha ligado o rádio. 

Possa ser espera de mim e me encontre presença. O pé sempre busca pelo movimento seguinte, como o braço e a mão, sem que lhe tenha ordenado... o corpo sabe o caminho. A espontaneidade sempre se revela.

Agarras-te no teu próprio movimento? Acompanhas-te? 

É que por vezes também tens de lhe pôr a direção. O que  aprende ensina. A síntese sempre encontra forma de juntar opostos e torná-los complementares.


 

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