Explora


Ser descoberta de si é abrir o peito e o corpo para explorar o que ainda não foi visto, sentido, escutado. É ultrapassar barreiras, ampliar limites.

Derrubar as formatações, os conceitos, mudar os trilhos. Ser aventura. Ficar no não saber. Nada esperar e apenas estar.

O estado de Ser. E aí sentada sentir, contemplar. Observar e deixar-se tocar pela brisa, pelas palavras, pelas sensações corpóreas, pelo batimento cardíaco. Pelo fluxo de cada inspiração e expiração. Sentir o prazer em cada bafo de ar que entra e sai. E no movimento de contração e expansão sentir a dança. E que dança.

Ser exploração de si é de olhos fechados navegar no mesmo território e descobrir novos mapas. Continuar a partir sem querer chegar.

Conquistar-se é ganhar liberdade para baixar o pano, os filtros...e a revelação ser a autenticidade do que lhe vai dentro.

A lágrima, a raiva, o grito, a gargalhada, a caralhada, o Amo-te, abraço-te.

E deixar que o toque lhe toque e a faça vibrar e gemer. E seja qual for a poesia do gemido deixá-la sair... acolher a dor ou o prazer e deixar que a musicalidade da vibração encontre o seu próprio espaço e se acomode.

E que a cada exploração se atreva a  ir mais dentro e profundo. Ainda que possa assustar e seja escuro, possa a aventura de seguir acompanhá-la. Ser luz na obscuridade e obscuridade na luz e de mãos dadas abrir espaço para mais luz. Já que companheiras se necessitam para que a jornada continue.

Precisa de espaço, que o espaço se crie para continuar a ter por onde explorar. Não há tempo. E aí fica com todo o tempo do mundo para explorar mundos.

E dos versos plurais combinar Uni-versos e seguir construindo formas, desfazendo, dissolvendo para que outras possam ser criadas.


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