Quanto baste... QB.
Não gostava do insonso, nem sem sal, mas tão pouco de sal demasiado. Esquisita?! Não!
Temperada.
Vinagrete. Azeite, vinagre, balsâmico, mostarda e mel. Talvez, um pouco Exótica!
Gostava de se inventar, mais um ingrediente extra. Misturas, experiências.
Provocações. Seduções. Mais uma dose por favor. Para quê deixar de menos, quando queria mais e demais.
E a fonte do desejo... sempre a levava a percorrer trilhos inusitados, territórios escorregadios, húmidos, quentes e escuros. Caminhos estreitos, auto-estradas. E aventura era o nome do meio.
Inocente QB e Cabra QB. Tinha o melhor dos dois mundos, tinha-se a si.
Encontrava-se entre os bancos altos de um bar de hotel e entre a multidão de uma excursão qualquer, entre árvores e florestas.
O cetim dos lençóis fazia-a escorregar para mais uma dança e o morder de lábios denunciava a vontade de repetir a dose. E segurava a respiração quanto baste. Uma "petite mort" levava-a à catárse de se despir mais um pouco de si, e desaparecer.
Nem muito, nem pouco, QB! E em conta gotas ia-se doseando, nem muito, nem pouco, lembrando do pé do chão.
Até quando?! A contenção do quanto baste, o tempero certo, doseado para que não azede, não salgue não fique demasiado doce.....
Quando tudo o que ela É, é Exagero, espalhafato.... E o quanto baste é largar as algemas, as amarras, as prisões e os foda-se... não lhe ponham uma Ordem, quando ela é a sua própria ordem e comando. Não lhe digam o que fazer, quando ela quer descobrir o caminho e não quer saber. Não lhe prendam os passos... não lhe digam... não vais por aí... se ela quer ir experimentar e afocinhar de boca.
Não lhe ponham travões quando ela quer ser acelerador. Não lhe digam menos, quando ela quer mais. Não lhe digam não quando ela quer sim.
É que a contrariedade... provoca-lhe e aciona-lhe o fogo para romper caminho. Ela basta-se... mesmo que possa duvidar-se. Inspira-se, contagia-se e enriquece no outro... mas há momentos que "Té Avonde!" (como se diz no Algarve) - Já chega!
É que o azeite e o vinagre não se misturam, dançam cada um na sua individualidade e criam um bom tempero. Comungam e criam uma nova solução bem temperada. E se os encontros se desencontram...e a chama não encontra lenha para arder... o fogo vai morrendo lentamente, até que se extinga.
E morre quem não se desafia, quem não corre riscos e não arrisca as certezas, quem não se aventura, quem não se baste e se segura na expetativa do que pode vir a ser, em vez de experimentar ser-se.
Quanto te bastas? E quanto dizes basta ao que já não serve?
O assim assim, o morno, o mais ou menos, a indefinição, o seguro, o cómodo... é a maior sentença que um vivo se passa para aceitar morrer lentamente, enquanto respira e caminha com o seu defunto ambulante.
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