Centra.




 


Pára-me!

Tenho medo! Que o sol desista de nós. Tenho sede. Tendo fome. Não pude chorar. Caídos no chão. Sirenes. Mergulho na terra. Debaixo do chão.

E se eu voltar a renascer?!

E sempre que a arte me toca e me permito ser tocada pelas palavras que ecoam em letras de música caídas no chão. Em silêncios cortantes de palavras não ditas e tão sentidas. Há olhares que despem e forças que penetram sem aviso prévio. Abraços que tocam sem que nos toquem a pele.

E a tua voz ausente é tão presente como o sol que nasce. E sem querer dás-me o que achas não poder dar. E hei-de apaixonar-me por ti outra vez, por ele ou por ti, seremos sempre três. E regados havemos sempre de querer exclusividade e querer controlar por onde vais e por onde vou anseiando sempre podermos descansar um no outro. Adorei partilhar-me contigo. E em carta aberta poderei expressar tudo o que sinto em ti e em mim. E na timidez ir-me revelando através da provocação o que nem às paredes confesso.

E na vulnerabilidade me dispo.... e o fim do mundo abraça-me. Vou com toda a calma ao desencontro imperfeito. Toma de mim a loucura do palmo da terra. E achavas tu que podia ser perfeita por ser bem falante.

E sou do tamanho da minha alma, como tu. Gigantes quando de coração aberto nos olhamos. Não és mais do que eu, nem eu mais do que tu. Ainda que me aches gigante perto de ti e isso te provoque irritação. Os teus olhos vêem-me maior do que tu. E talvez eu, também te tenha julgado. E serena e provocada tenha baixado a guarda. 

O que sou eu? Se não doce partícula, frágil, dócil, agressiva, medrosa, corajosa que te diz cara a cara que ama, que sente, que quer e viva está. E será da maneira que o coração pulsa, por mais desordenado e ilógico possa parecer. Há muito que mandara foder a Razão. Ela apenas servia para baralhar para arrumar em caixotes o que não fazia sentido. E, ela, estava farta de caixas. No dia em que percebera que a gaiola está aberta e que podia voar, encarregava-se a cada dia que passava de fortalecer as asas e voar.

E se olhavam de lado e a criticavam os passos e ainda assim, por vezes, se sentia tremer. Também ela era insegurança e ansiava por AMar e ser Amada... corria o risco. O risco de abrir a voz  e ser transparente à medida que a sua pele se revelava e ela conseguia traduzir. É que as barreiras e prisões e omissões também a habitavam.

E o grito expressava até onde podia. E era tão cega de si mesma... que os outros a percebiam à distância, e ela demorava o seu tempo, o próprio, até entender o sentir que a movia.

E espalhava-se, caía, enamorava-se e desapaixonava-se, e magoava-se e revoltava-se em segundos. Tinha a lágrima fácil, a gargalhada e toda uma pele de galinha onde tudo lhe trespassava.

E ele... testava-lhe os limites. Trepassava-lhe a pele. Não que não a acreditasse. Mas como era possível alguém ser tão transparente, quando ele se escondia e protegia?

Achava ele que gostava do risco... mas ela surpreendia-o. Com a verdade.

A verdade que ele já tinha percebido e exigia que ela confimasse... e ela camuflava até que se tornasse real. E quando confrontada, ela parava. Olhava e assumia. E também isso o fazia desmoronar.

Mulher forte e indefesa. E na vulnerabilidade fortaleza. A fortaleza da liberdade. E também ela se surpreendia como ser podia libertar tanto... ainda que sentisse e doesse. Estar e sentir a própria pele era o lugar de maior tesão.

Posso ser sem ti... ainda que em ti pudesse crescer em tesão e em ti sentir o calor crescer, mas em mim continuo a ser, ainda que preferisse ter o teu abraço. E assumindo que não estás, também assumo a falta e quando estás quanto me toca a tua voz.

E que fazes tu com isso? Só a ti te pertence. Não te exijo nada... ainda que tudo quisesse de ti. E não exigindo tenho-te, porque em mim, permito-me estar. Sinto a força, a tua, em mim, e reconheço que tu és eu. Ainda que não me possa penetrar. Sinto. Sinto-te. Ainda que a tua voz se cale e nada expresse.

A tua energia reverbera na minha pele e relembra-me que em mim estou. Desconheço o destino. E se nos voltaremos a encontrar. Mas através de ti encontro-me e posso ser a minha voz e expressão. E sou força de vida, sexual, sensual.

E desejo, e fodo, e vibro e beijo, e permito que o rubro das minhas bochechas cresçam por dizer tais palavras e deixo sair o que nem à paredes confesso. E contacto com a repressão e abro espaço a mais liberdade dentro de mim. E se tu me julgas... observa o que julgas em ti.

Somos tesão, vida, sexo. Porque julgas a vontade de tocar e ser tocad@. O prazer, o entusiasmo, a sensualidade, a pele, a sexualidade, o orgástico, a pele, a sensação é o mais perto da terra e do céu que podemos ter de nos trespassar. Somos e estamos. Provocamo-nos na pele, no cheiro, no toque, no gemido, na respiração, no abraço. Por que raio haverei de reprimir o beijo que te quero dar, o aperto contra a minha pele...se é só isso que me apetece nesse momento?

Por que raio hei-de de ter de assinar contrato e assumir um posto só para cumprir a vontade do momento? Porque não hei-se permitir-me ser exploração de ti e tu de mim, sendo leal à vontade expressa do ser?

Que se foda o social e o politicamente correto. Que se foda o patriarcal. E a mulher puta por gostar de ir por aí  e o homem garanhão que pode foder tudo e ser a referência.  E se permita o respeito por cada um poder livremente viver de acordo com a sua vontade sem ser julgado de louco ou tarado.

A honestidade e transparência é a a base de tudo. O amor sempre liberta. No fundo deseja que outro seja feliz com ou sem el@, pouco importa.

O bem querer é o Universal ao ser humano. E quanto temos de trabalhar no desapego, na comparação e competição. Ninguém é melhor que ninguém. E se cada um se conseguir ver não precisar de comparar nem quantificar. Todos e cada um tem a sua parcela de contribuição.

E eu consigo honrar-te, sem que precise de receber o troco, na mesma proporção. Há espaço para tudo e todos. E quanto mais genuína for a tua presença, mais vais sentir  o AMor e  Generosidade. Reconheces o que É.

És Amor, meu amor com ou sem vacina, independentemente da tua história. AMo-te e Há LUGAR PARA TI!

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