E tudo vira!

A escolha é a ilusão de quem pode mudar. E tudo vira. Há poemas em forma de canção que inspiram através de palavras que viram melodia.

E não se explica como a junção de palavras vira entusiasmo. E revira na vira e na volta associações e dissociações que brincam, giram. E nexo com anexo sem nexo provocam imagens, ideias e estimulam criações.

E por aí vou... andando, sem avisos, respeitando os sinais que dizem avança, pára e sinaliza a velocidade. Se não sairmos não sabemos se estamos certos. E é na situação do aperto que me cruzo comigo. E há casualidades e casos e versões alternativas de mim, que sempre abrem e terminam abraços e em braços me levo nos fluxos de consciência.

E vou encontrando as ausências de mim... e aí acrescentando e tornando presente. É que há abandonos que não se percebem, invisíveis aos olhos. E como o inconsciente nos vence até que o consciente se renda à sua ignorância.

E saber que anda por aí versões alternativas de mim. E se me perdi, tão bom encontrar-me em cada abraço, aperto e fuga de mim. E contemplando vou relaxando os braços, as críticas e soltando a arrogância do querer saber. E rindo da adversidade que atravessa e sempre me revela à sobremesa.

E quão doce ou salgada me posso atingir. E a luz que me escorre o corpo. É o vermelho sangue que mata ou que jorra a vida fértil que em mim abunda.

De quem foi a ideia louca de hoje me chamar?

E eu vim, por ter ouvido o chamado para derramar as palavras e vir dançar nas sombras de incertezas. E que a cegueira dê a clareza de poder caminhar presente no meu e no teu coração e no teu. É que de olhos vendados vejo a pureza do olhar que é, do cheiro da pele. Não o julgamento e o preconceito da procura e do saber.

Rasgo os cortinados que teimam em esconder o que as palavras querem bradar.

E que irrompa a volúpia e a direção que se quer fundir. Não ser sozinha é saber dividir. Que parte fica intacta.

O inteiro não tem parte.

E para que serve o derrame.... se o baile segue a dança dos dedos sem procurar o sentido, e o chão sempre encontra o limite. E largar o que levo dentro? 

E os sentidos sempre se transformam sem ter que levar a lado nenhum. É que a música sempre dança, como a voz que canta. E o simples sempre se desenrola.

E nada esperar, sendo espera de si mesm@. É que no intervalo de cada segundo sempre se adivinha uma nova respiração até que deixe de ser adivinhação e suceda o último sopro.

E em quanto não vira, os lados sempre querem rodar, temperar os lados como uma bela sardinha que se quer dourada e estaladiça dos dois avessos. E nem a espinha atrapalha quando se quer comer.

Venha o pão e a mão, que o peixe pede mão e boca para ser-se saboreado. É que os dedos também têm sabor, textura e tempero que adocicam a ternura, o tacto e o palato do que se come com gosto.

E as contas do destino sempre aparecem tarde quando te demoras.

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