À descoberta



O fogo que purifica, que queima os véus da ilusão. Depois do fumo vem a clareza. E entre a correria do dia a dia, algo está sempre a acontecer no subtil.

Recorda o propósito. E ela ia por aí, viajando. Pedindo licença e o consentimento para poder entrar em cada recanto.

E o caminho recordava que ela tinha a licença para passar. Para ser. Reconheciam-na. Na simpatia com que lhe indicavam o caminho. Nas ajudas. “Vês?! Podes confiar e seguir”.

E ela animava-se. Mesmo quando lhe trocavam às voltas, havia sempre um sentido. E quanto mais se predispunha à descoberta, mais fluido se tornava o caminhar.

Levava o fogo dentro 🔥 e encontrava por aí outros corações ardentes. Que mantinham o seu aceso quando esmorecia. Quando vinha o medo do desconhecido.

Sempre vinha alguém a dizer, “vamos”. Há ainda muita estrada por percorrer. 

E tantas são as boleias, os sinais que a empurram para seguir.

Também és uma chama viva diziam-lhe hoje. Eu também sou, dizia-lhe ele. E cruzaram-se no caminho por breves instantes. Cada um seguiu o seu. E quem diria que mais tarde iam parar para falar mais um pouco e descobrirem pontos em comum.

A descoberta não é sobre querer, nem sequer entender, é sobre permitir que a chama atravesse e o fumo, e o calor. E que a madeira se queime.

Aprender e permitir-se receber o que a vida traz. 

É para onde?

E a casa?! Essa vai sempre contigo, pra onde quer que vás. E traduz-se sempre nos sorrisos bons que recebe

 

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