Portões


 Que portões são esses que estão entre ti e a vida? E o mar que rodeia a terra naturalmente define e separa, contorna o aparente sólido do líquido. E a fronteira delimita territórios. E pontes sempre são criadas para unir o que separa.

E ali estava ela perante o gigante portão a delimitar a terra e o mar, ou seria portal?!

Há barreiras que protegem, salvaguardam, mantém seguro, preservam, e outras que pedem para ser transponíveis.

E há tantos portões que nos são invisíveis que só quando esbarramos neles é que nos damos conta que existem. Outros são portais que nos convidam a ir mais além do conhecido.

A luz sempre convida. E em caso de dúvidas segue-a.  Há sempre uma fronteira que pede para ser atravessada. Um risco para ser tomado. Uma lição por aprender, uma queda para ser dada. E tudo... para que se possa simplificar um pouco mais, para que a humildade possa crescer dentro. Para que acolher-te em todas as formas e estados te façam relativizar o bom e o mau.  E que a imperfeição passe a ser o teu melhor estado. Tornares-te pequeno em importância enaltece a tua grandeza que por ser grande é completo em si mesmo e nada precisa por estar pleno.

E ela escancarava-se. Há sempre mais por abrir, por render e relaxar. E quando achava que já tinha dado o seu limite, havia sempre mais um portão por abrir, mais uma armadura por deixar cair.

Já não tinha pressa. Apenas vontade de continuar descobrindo-se. O que há por detrás dos portões, quanto mais mar haveria por descobrir dentro dela. E como ela gostava de mar e de nadar. E aprender a nadar dentro dos seus mares permitia-a aceder a tantos portais mágicos e a fazer magia com a vida.

Afinal tudo era um milagre por reconhecer. E os portões sempre se transformavam em portais. Em amor por fazer e acolher.

E mais um passo se propunha. Mais um movimento de ir para dentro de si. Que a transformação seja a maior benção no caminho da evolução da alma.

E o mar sempre a relembre que é força de vida para o Bem.

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