A Corda

Acorda e Recorda na corda bamba que te diz que tens de dançar. Dançar no caminho do meio, do equilíbrio. De segurar tantas cordas.

A corda que sustém ao mundo de baixo e te eleva ao mundo de cima. Os fios invisíveis que ligam e interconectam. E reconciliar com esta corda que sempre te desperta tantas vezes num mesmo dia estejas tu atenta ao que chega.

A corda que te toca, por seres tu também corda desse grande instrumento que cria música. E as cordas que tocam todas umas nas outras. As melodias e sinfonias. As desafinações nos acordes. Os desajustes que vêm destoar e criar novos tons.

A bela da diversidade que vem tantas vezes destoar e criar novas sinapses, novos caminhos e choques elétricos, neuronais, pois. O desassossego que te realinha a bem ou a bem e sempre por bem.

E também te rebenta a corda para que possas renová-la. 

As histórias empoeiradas que te contas mantém-te presa a um passado que já e continuas a recriar consecutivamente para justificares estar no mesmo sítio. E a razão que quer ter razão impede que te vejas com novos olhos, os do amor e do cuidado. De te bem quereres. 

Aprofundar é despertar e acordar o que ficou preso para que possas desamarrar a corda do barco que ficou preso naquela doca por tempo indeterminado. Soltar as cordas, libertá-las. Promover a liberdade de todos os pontos, de todas as vias.

Do que magoou e de quem magoou. Reconciliar, voltar a doar amor pela vida (perdoar). O ressentimento, a mágoa que fica retida é energia parada que precisa voltar a circular, energia vital, amor. 

Ressignificar é dar utilidade às narrativas que aportaram lições, por vezes duras, mas que fizeram crescer em amor.

E assim te vais Recordando que és feita. E tecendo a grande Corda que Acorda e Recorda que és Coração que Pulsa. Vida por fazer e amor a ser.


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