Insistir

Caminhar por novas estradas. Encher-se de coragem para desafiar as crenças e padrões conhecidos. Pôr-se em causa, dar-se conta…

Tão melhor ficar no conforto do sofá. A aventura pelas novas estradas é o convite a olhar para o que ainda não foi visto. E dar-se conta das necessidades recônditas, dos medos e inseguranças bafientas, discretas é levantar o pó que se quer limpo. A tendência a querer escapar das realidades que se mostram para que os monstros continuem dentro dos armários. É a fantasia de que alguém a virá salvar da sua própria miséria. É a Drama Queen que pede palco. E a festa começa!

E quando o desconforto vem só se quer que ele abale rápido, mas ele vem com tudo e instala-se confortavelmente contigo no sofá.

E os visitantes querem ser bem recebidos. Ela tinha uma aflita que morava com ela e que sempre tinha pressa. Não tinha como a expulsar, apenas recebê-la e acalmá-la de cada vez que ela viesse.

De cada vez que os monstros aparecessem, às vezes disfarçados com novas caras, ela insistia a que ficassem. Que tomassem um chá ou uma cervejinha com ela. Abria à escuta para que lhe falassem. Eles eram criativos, tantas vezes apresentavam-se como pessoas do caminho, circunstâncias, propostas.

Apanhava-se, acompanhava-se e insistia em ir buscar-se cada vez que se abandonava.

O acto de receber-se era uma experiência cada vez mais curiosa em que a amizade, o apoio e o colo se faziam presentes.

Tudo o que tem de passar vai passar. O que é para ficar arranja forma de entrar. E nada está perdido quando tudo vem para que o encontro se dê. 

E se escolhes não ver e receber, não te preocupes, a vida vai voltar a insistir e a trazer tudo o necessário para abrir.

E os sinais passeavam-se em canal aberto através das palavras soltas que o vento trazia e o wi-fi, e o passo de mágica é saber que é a dúvida que causa o impacto da surpresa. Já que tudo é milagre e dádiva, possas abrir o coração e ver.













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