O salto prepara-se

Mais uma voltinha neste carrossel. Uma porta que se abre, um novo caminho por fazer. Ela provocadora, propunha-se constantemente sair do lugar. Desafiar os seus limites. Para que na aventura de si pudesse descobrir mais.

Vamos sós. E desta vez ninguém a espera do outro lado. Está tratado o que é para estar, sabendo que há a vontade de Deus que a acompanha para lhe colocar as propostas que precisa.

Curiosamente sente que vai ao encontro de um silêncio, acalmar o ruído do conhecido e do conforto. Há lá melhor forma de se fazer companhia do que habitar-se por completo, sem distrações?

Astúrias, Espanha, o local escolhido. Sempre ia curiosa. Os lugares falam e chamam-na. O que teria Oviedo para lhe contar?

Falta uma hora para sair de casa e fazer o check in. Mais um vôo por apanhar, 4 meses depois do último. A calma que sentia dentro também lhe trazia questões. Estava habituada aos nervos, aos medos, à intraquilidade de como seria chegar ao outro local desconhecido. E agora reinava uma paz dentro, uma confiança de que tudo está no sítio certo para viver a experiência que precisa.

Como tinha crescido. E o orgulho de que está a fazer um bom trabalho consigo. De ir e partir, reforçando a coragem e a vontade de aprender.

Não sabe o que lhe espera. E sabe que terá um grupo por conhecer, uma formação a integrar. Uma nova temperatura, cultura. E como se irá abrir?

Expetante. Presente. Em sentir-se, em permitir que tudo circule e poder acompanhar-se no que venha.

Mais um passo para dentro, ainda que aparentemente possa parecer que é para fora que se voa.

É só mais um baile, mais terra que se abre, mais olhar que se amplia, mais oportunidade de alargar as fronteiras e os limites do espaço.

E tudo surge no momento em que é necessário ativar movimento. E tudo se prepara para o salto.

Ontem foi dia de celebrar o encerramento de um ciclo, uma formação de liderança servidora. E agora um novo ciclo, formação se apronta. Tudo segue um curso silencioso, que vai abrindo o ser que sou a conhecer-se, a contactar com o sentido, o propósito e significado.

E sejam as circunstâncias, seja o que for é-lhe pedido para viajar com menos. Para que simplifique, para que se desprenda. E que o mais importante não tem carga, peso. E é preciso pouco, muito pouco.

Pedir ajuda e receber. E não saber como e ir na mesma. Esperar o que surja, confiar que a vida sempre traz.

E esse é o salto. Deixar que suceda.