Coragem


E identificava a coragem em si sempre que trespassava a fronteira do medo, do desconhecido e se rompia no mistério de não saber e ir, aguardando o que surja.

A ação pelo coração é outra identificação de coragem... e na verdade em momentos de tumulto é difícil identificar quem fala e quem escuta, tudo fica turvo e a mente faladora sempre intervém. E como acomodar a melhor decisão no momento em que se decide?

Não se sabe... e esse não saber é a única certeza da vida. Que tudo é movimento e nada se controla, ainda que queiramos ter essa ilusão de segurança. Resta ir e confiar. Qual a decisão que te traz maior paz e tranquilidade essa é a decisão acertada.

As formas sempre se transformam como tudo. Nada permanece.  E assim que a decisão se toma mais espaço é criado dentro. A tensão relaxa. Há mais espaço e respiração. E resta pôr luz, amor, alegria no caminho escolhido. Intenção é oração é vibra em ação (vibração).

O caminho sempre quer reunir e incluir e isso é cura. Qualquer dor e sintoma procura a cura, um novo caminho, um reset, um recomeço, uma ativação.

E ela levava dentro coração, entusiasmo e vontade de chegar mais dentro. E como chegar aí senão pelo confronto, pelo revolver, remexer, revirar-se e desapertar. Os comos a vida traz e nem sempre são as propostas que gostaríamos porque desafiam, desarrumam e destrói todas as certas e estradas percorridas. 

A coragem de trilhar novos cursos, de questionar certezas e amar os fragmentos, amar tudo, perdoar os maltratos, os abandonos, as rejeições. E olhar para camadas mais profundas. Há sempre o mais fundo para olhar, num poço sem fundo que levamos dentro. E do caos nasce uma nova ordem e de tempos em tempos vem o movimento acordar e despertar.

E quem julga senão a personalidade resistente que quer controlar e tomar conta da ocorrência. E o tapete é-nos retirado dos pés, não para nos mandar abaixo, mas para que possamos fazer as pazes com a exigência, a expetativa e idealizações. Somos tão pequeninos e ao mesmo tempo gigantes pela coragem com que atravessamos estradas estreitas e encontramos saídas em becos que aparentemente parecem ter fim.

E se no final do caminho vier um precipício? Salta ou empurra-te... a queda pode ser o teu maior vôo. Não há como saber, apenas ir.

Tudo é um risco e a riscar é que vamos criando a dança deste eletrocardiograma magnético que desenhando diferentes ritmos e pulsação. E se ela antes achava e julgava isto é certo e aquilo errado. E o sintoma consequência do não feito e bloqueado, como estado de culpa por não ter tomado conta da ocorrência. Nada como um novo olhar para ampliar o que chega... a vida não se engana... e não há nenhum ponto sem nó, sem nenhuma folha que caia sem o consentimento de Deus.  Há muito que escolhemos as propostas, os desafios que vinhamos cá experimentar.

E para te receberes melhor há que experimentar, provar cada passo, cada resistência, dor, mentira, verdade com respeito, carinho e gentileza. Nada é errado, tudo é parte, tudo está a ser desenrolado, nenhum lugar onde chegar a não ser dentro com a inteireza de cada pedaço que te compõe. Com cada caralhada, rejeição, birra e teimosa e cada abraço, apertar de mão, cada lágrima e sorriso. É ires-te buscar no mais intimo de ti. No que te envergonha e esconde e trazeres o sombrio à luz de ti. Depois de te passares um atestado de incompetência poderes validar-te e reconhecer o valor, o caminho feito, a estrela e o divino que és. 

Quereres-te bem e aperfeiçoar cada dia, cada passo e sempre estás a tempo de tentar as vezes que forem necessárias. Por amor, por ti. E isso é coragem de quereres fazer o caminho de regresso, de te recordares. Nada é maior que a minha Alma.

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