Chegada





Um novo acordar. Um instante. Parece que se apagou e voltou num instante. E veio mais desperta.

A sensação dentro de contentamento. Uma alegria tranquila, apesar da náusea física. Um convite ao silêncio já que falar e ouvir vozes das outras pessoas aumentavam essa sensação. O corpo sempre sabe o caminho e dá os indicadores para que respeites. 

E pôs-se à escuta dentro, e tudo era agradável, pacífico e na ordem perfeita.

Naturalmente deu as boas vindas ao nosso ser que se apresentava e a todas as células. A todo o percurso, à equipa do caminho, aos ajudantes deste e do outro lado. A toda a linhagem, aos que vieram antes, aos que estão e aos que vieram depois. 

Tanta cura a acontecer, peças a reunirem-se, presença a instalar-se.

Quem regressa é sempre uma nova pessoa. E até aí leva o seu tempo para instalar-se e acomodar.

Sem definições, apenas à escuta de cada instante.

O caminho da gentileza era a sua eleição. E a energia segue o pensamento. Estava em construção, restaurando, regenerando.

Inclusão e pertença de todas as partes. Da criança ferida que se mostra rebelde e foge da dor para não se confrontar com a sua. Da heroína que quer confrontar tudo e todos e salvar os demais para se proteger de sofrer. As ilusões da boazinha e do querer ser inocente e do bem. E o direito de sentir raiva, zangar-se e revoltar-se. E tudo são ondas, passagens que atravessam para nos darmos conta. Para integrar e inteirar. Nada para excluir. Nada me diminui ou exagera. 

A mente leva-se demasiado a sério, identifica-se, apega-se às formas e também isso provoca desafio e desencadeia oportunidade de crescer. Deixar ir, soltar é render-se, pôr o coração e a vontade de Deus no comando.

Pouco a pouco ia-se tomando de um lugar mais amoroso. Em si mesma.










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