Compreender





Compreender. Os diálogos internos sempre denunciam. Têm pressa. Querem controlar. Compreender o que vem, o que surge e a partir daí lidar. 
O desafio? 

Ficar aí. Assistir sem concluir. Acompanhar. Há sempre opiniões, julgamentos, pareceres. E ela agora recolhia-se dentro para que a sabedoria interior se pudesse manifestar. Para isso precisava de a encontrar quieta. Sem interferências.

Tudo vem com um propósito, ainda que no momento nada venha. Como te acompanhas? Como respeitas cada sopro?

Mais um dia. E sabia-lhe bem estar para si, no silêncio.
Nem antes, nem depois. E compreendia que esse era um lugar maravilhoso de se estar. E estava rodeada de tanta gente e encontrava a sua privacidade e respeito para continuar contactando com mais partes dentro. 

Tudo era silencioso.

E o que é importante é mais silencioso. Não precisa de justificação nem definição, apenas compreensão. Muito lhe estava a ser transmitido, ainda que nada entendesse com a mente pequena que sempre gosta de saber.

A mente encostada à box. Só aí podia exercer o verdadeiro comando de amor consigo mesma. Quando tudo o resto falha começa-se a acertar o passo. O passo da entrega, da rendição.

O dia sempre nasce, e tu encontras-te também aí a nascer?

Há sempre uma vontade de acordar e continuar para assistir ao que vem. É uma espécie de curiosidade, o que se segue, onde me vai levar esta estrada? 

Não se pode fazer de conta que nada é, nem que tudo vai voltar ao que era, nem sequer ao dito “normal”, nem queremos. Apenas que se mostre o a seguir, e agora por onde e o que se faz com as aprendizagens?

Seguimos juntas, sentindo, abraçando. E também isso é compreender.

Comentários