Dar a si


Dar de si a si. É um duplo sim. Ao amor, à compaixão e gentileza. Ver-se refletida no espelho dos outros e no seu.

Gostava do que via. Via-se bonita e fresca. Dar-se tempo, espaço e limites para sentir, observar, ordenar e acolher.

O drama de querer ser “boa pessoa” tornava-a tantas vezes má pessoa para si mesma, ao exceder os seus limites e obedecer à voz que levava dentro. E a vida sempre devolve para que regresses.

A culpa apanhava-a na curva quando se soltava a resposta mais firme, direta e agressiva, como se não pudesse e tivesse sempre de ser gentil. E assim ia rejeitando partes que também lhe eram suas sem se dar conta. Podia ser tudo. E vinha cá para dar essa oportunidade de se experimentar em todas as facetas. 

Assim de simples. Bastava agora desmistificar à sua mente complexa que gostava de complicar e se emaranhar.

E recordava-se uma e outra vez. E trazia-se para o presente. As circunstâncias sempre serão as circunstâncias e a resposta a elas é sempre de acordo com passado não processado e digerido. E aí podia dar-se conta. E dando-se a si a oportunidade de ganhar mais amor, compaixão e consciência.

Dar de si a si é a proposta. Em primeiro.

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