Um tema sem dúvida que mexe com o mundo inteiro.Literalmente a religião move montanhas. Indo à raiz da palavra encontramos definições giras: do latim "religio" usado na Vulgata, que significa "prestar culto a uma divindade"; eu prefiro o ligar novamente ou religar. Prefiro esmiuçar um pouco mais a palavra dividindo-a "re", prefixo que designa uma acção repetida e "ligião", o mais aproximado que encontro é legião, corpo da antiga mílicia romana, ou num sentido figurativo multidão. Sintetizando,poder-se-á designar num sentido literal religião como um conjunto de acções repetidas para a multidão?
É uma abordagem, e na prática a religião difunde um conjunto de crenças para um colectivo, fixando-as através da repetição. E como nós somos animais de hábitos, uma acção repetida no mínimo 21 vezes de seguida,ajuda a cimentá-la. A força que colocamos nas nossas acções e palavras transforma realidades e situações. E é nesta força que a religião se baseia,a força do acreditar e da fé.
Linguagens metafóricas, pictóricas, rituais, tudo serve e tudo tem servido ao longo das Eras para re-ligar o Homem à sua força natural e instintiva: ao poder de criar e de ser responsável pela sua própria vida. Surge o conflito com o seu papel social, pois a sua individualidade tem de ser colocada em comum com outras individualidades. Surge a necessidade de criar a regra,estabelecer valores comuns, princípios, padrões, que acabaram por o afastar completamente de si. A partilha transformou-se em comparação e no seu culminar em competição.
As mesmas ferramentas que numa primeira instância afastaram o Homem de si, são aquelas que têm o papel de o voltar a ligar. Pode parecer controverso, mas se pegarmos num exemplo mais concreto, quando vou passear numa cidade nova,lá vou eu passeando à aventura pelas ruas até que descubro que estou perdida, provavelmente só terei essa percepção quando começo a querer encontrar o caminho de volta.
A humanidade é religiosa, mesmo aqueles que se dizem ateus e completamente aversos a esta temática. O nosso inconsciente colectivo tem gravado as referências de todas as linguagens que foram sendo incutidas mais directa ou indirectamente.
Ainda que as diferentes religiões e seitas defendam princípios diferentes, deuses, profetas, mandamentos, orações, mantras, rituais, a base que as une é a mesma é a fé num bem maior de igualdade, fraternidade e liberdade. Claro está, que consoante a consciência ou inconsciência de cada um, as linguagens simbólicas vão tendo interpretações diferentes e dando azo a múltiplas verdades relativizadas em prejuízo ou em prol das comunidades.
Filhos de Deus, Alá, Jeová ou seja lá o que o for, a interpretação maior é que somos todos iguais, perfeitos nas nossas diferenças e únicos, sendo a nossa existência fundamental para o conjunto, para o todo. A família universal, cada peça é necessária para que o motor trabalhe a 100%. A unidade.
Ligação a uma religião ou não, pouco importa, essa é apenas mais uma convenção que serve de pretexto para reforçar a fé e consciência na verdade e no amor num sentido universal, o reconhecimento da família :-)
bravo!!! texto genial.
ResponderEliminarreligião é, sem dúvida, um re-ligar... connosco próprios, com os outros ou com a natureza!
:)
estamos uindas, uindas!
Muito bonito, mas religião é uma treta...o que dizer de religiões que rebaixam as mulheres? A religião só serve para o homem tramar o seu e semelhante e levá-lo a afastar-se de Deus!!
ResponderEliminarhá sempre as duas faces da moeda. e o que é certo é que o Homem usou a religião para se afastar de Deus. Serviu-se do poder do acreditar para manipular a multidão. Grandes atrocidades foram cometidas ao longo dos séculos e ainda hoje permanecem. Cabe ao nosso discernimento não compactuar com o sistema e ver para além do aparente.
ResponderEliminarobrigada pelo comentário :-)
gostei muito!
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